Formação Profissional para o Mercado de Trabalho em Angola

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  • Desafios grandes na formação profissional: ­Os formadores apropriados

    Entrevista com a Directora do Centro Formação Profissional de Formadores (CENFFOR), Olinda de Matos

    dematos
    Directora Olinda de Matos

    Vamos Trabalhar! (VT!): O documento de trabalho principal para o 3º Congresso Internacional da UNESCO sobre ETFP destaca 8 domínios políticos que vão enfrentar grandes desafios. Sendo que um deles se refere à área “formadores de ETFP”. As razões mencionadas para esse destaque foram: (i) Frequentemente, o baixo status da ETFP como profissão e a falta de formação profissional constituem barreiras; (ii) Formadores de ETFP formam um grupo profissional diverso e disperso, do qual se espera, ainda assim, que ofereça programas eficazes e inovadores para grupos cada vez mais heterogéneos de alunos e formandos; (iii) Na maioria dos casos, verifica-se uma falta de medidas de formação contínua para formadores de ETFP: não tem sido dada muita atenção à questão de como eles poderão adquirir e manter a sua “qualificação” e de como podem progredir nas suas carreiras profissionais.
    Por favor, partilhe connosco a sua opinião sobre a situação dos formadores aqui em Angola, particularmente no que se refere ao Sistema Nacional de Formação Profissional (SNFP)!
    Directora Olinda de Matos (OM): É uma verdade que aqui em Angola, confrontamos desafios muito grandes na formação profissional. Penso que nos últimos 10 anos de paz já alcançamos muito. O elemento principal para o sucesso na formação profissional é o formador. Reconhecemos desde cedo que a formação profissional tem um objectivo diferente do que o ensino geral, porque visa ao emprego. Por isto transferimos a responsabilidade pela formação profissional do Ministério da Educação para o Ministério de Administração Pública, Emprego e Segurança Social (MAPESS).
    Um desafio será encontrar os formadores adequados pois não necessariamente estão disponíveis no mercado de trabalho. Normalmente empregamos a candidatos que devem já possuir uma formação técnica específica. Eles recebem uma formação básica modular de 126 horas de competências pedagógicas e psicossociais, e posteriormente uma formação contínua que inclui competências profissionais técnicas. O CENFFOR oferece a formação pedagógica-psicossocial para os formadores (através dos 12 formadores internos e alguns formadores externos), concentramo-nos na coordenação da formação técnica que é realizada pelos Centros de Formação do INEFOP.

    VT!: O referido documento destaca várias opções políticas relativas à aprendizagem e ao desenvolvimento da carreira profissional de professores e formadores de ETFP, por exemplo tendo em conta o perfil de competências. Este aspecto também deveria ser considerado em Angola?
    OM: Claro sem dúvida; os formadores do SNFP precisam de uma perspectiva para o seu futuro profissional. É importante que este baseia-se num perfil de competências. É por esta preocupação que o INEFOP, em colaboração com os formadores do SNFP, no início deste ano elaborou uma matriz DACUM que descreve o perfil do “Formador de Formadores”. Partindo deste documento vamos poder desenvolver um perfil de competências. Esta tarefa é importante no sentido estratégico para poder elaborar módulos de formação.

    VT!:
    E o que deverá ser feito em relação à optimização da formação inicial e ao reforço do desenvolvimento profissional contínuo dos formadores de FP?
    OM: Já falei dos grandes desafios que enfrentamos em termos quantitativos e qualitativos. Vamos assumi-los. Neste momento temos 820 formadores em avaliação em todo o país e com base nos resultados desta avaliação poderemos detectar os pontos fortes e fracos para assim elaborarmos em 2013 um programa que deia resposta as essas deficiências e melhorarmos a qualidade de competências dos formadores através da formação inicial e contínua.
    Além do referido existe outro tema que eu, pessoalmente, considero particularmente importante e que vai conforme com o Plano de Acções Integradas sobre a Deficiência (PNAID): Precisamos de formadores especializados na formação das pessoas portadoras de deficiências.

    VT!: Directora Olinda agradecemos muito as suas palavras.

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    Nota: Para mais informação sobre o 3º Congresso Internacional da UNESCO, ver página 3 deste Jornal.

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